Dia 22/05/09 foi realizada a 2º oficina de poesia par a os alunos Eja-Coqueiros. Na oportunidade compareceram 22 alunos e também estagiárias de Pedagogia da Univalle-Biguaçu que observaram a aula.
Professora responsável: Andressa da Costa Farias.
Metodologia empregada: Foi feita uma breve revisão dos elementos básicos geralmente presentes em uma poesia como rima, estrofe e verso.
A contextualização partiu-se da leitura individual e coletiva da música – “Comida-Titãs”, visto que há grupos que se preocupam com a temática da Desigualdade Social enquanto pesquisa desenvolvida na EJA.
Incentivou-se a leitura individual e coletiva da letra da música além, é claro, da escuta propriamente dita da melodia.
Comida
Titãs
Composição: Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto
Bebida é água!Comida é pasto!Você tem sede de que?Você tem fome de que?...A gente não quer só comidaA gente quer comidaDiversão e arteA gente não quer só comidaA gente quer saídaPara qualquer parte...A gente não quer só comidaA gente quer bebidaDiversão, baléA gente não quer só comidaA gente quer a vidaComo a vida quer...Bebida é água!Comida é pasto!Você tem sede de que?Você tem fome de que?...A gente não quer só comerA gente quer comerE quer fazer amorA gente não quer só comerA gente quer prazerPrá aliviar a dor...A gente não querSó dinheiroA gente quer dinheiroE felicidadeA gente não querSó dinheiroA gente quer inteiroE não pela metade...Bebida é água!Comida é pasto!Você tem sede de que?Você tem fome de que?...A gente não quer só comidaA gente quer comidaDiversão e arteA gente não quer só comidaA gente quer saídaPara qualquer parte...A gente não quer só comidaA gente quer bebidaDiversão, baléA gente não quer só comidaA gente quer a vidaComo a vida quer...A gente não quer só comerA gente quer comerE quer fazer amorA gente não quer só comerA gente quer prazerPrá aliviar a dor...A gente não querSó dinheiroA gente quer dinheiroE felicidadeA gente não querSó dinheiroA gente quer inteiroE não pela metade...Diversão e artePara qualquer parteDiversão, baléComo a vida querDesejo, necessidade, vontadeNecessidade, desejo, eh!Necessidade, vontade, eh!Necessidade...
fonte: http://letras.terra.com.br/titas/91453/ acesso dia 21/05/09.
Depois de discutir coletivamente os significados das estrofes da letra da música relacionando com a desigualdade social, com as reivindicações por arte, cultura, turismo. Etc. Posteriormente incentivou-se cada aluno a produzir sua própria poesia a partir do questionamento (que foi exposto no quadro).
E você, tem sede de que?
Tem fome de que ?
Produções:
Minhas Rimas
Tenho sede de Amar e ser Amada
Tenho medo de errar e de estar sempre errada,
Eu tenho fome de Amar e ser Amada
Tenho medo de Amar e ser usada
Tenho mede de não entender
Não quero me arrepender
Vivo sonhando
Vivo chorando
Não quero mais sonhar
Não quero mais chorar
Tenho medo de acordar
Quero muito ter dinheiro
Só quero ser feliz por inteiro
Não quero ter dinheiro pela metade
Só quero a felicidade
Não encontro a saída
Só quero um prato de comida
Queria ser um pássaro
Para voar livremente
Encontrar o teu sorriso
E de toda gente
Terezinha Rozane Bianchin- turma 2
Eu tenho necessidade
Do direito e ir e vir
Eu tenho necessidade
De me divertir
Meus desejos não são
Compartilhados
Sofro por amor
Morro de amor
Meu estilo de vida
Não me deixa ir
Meu estilo de vida
Não me deixa sair
Quando penso em mim
Penso em você
Quando penso em nós dois
Vontade de ter ver
Crislaine- turma 01
Sei que amar não é pecado
Eu tenho fome de ser feliz
Pois preciso me preencher
Aliviar tantas dores
E amar só você
Sei que amar não é pecado
Ser feliz não é ruim
Mas viver perto de você
É importante para mim
Maria do Socorro S. da Silva-turma 03
Maravilhoso legado
Campo e mais
Nossa sede é quando
Não se vê alguém que se ama nunca mais
Como pássaro que voa
Conta quando ou seu canto
Como fonte de vida
Viver sem ser vivo
Viver com a realidade
Com amor e ternura
Fernando Rodrigues dos Reis – turma 3
O direito a conquista
Eu tenho sede de lazer para todos
De um emprego melhor
E felicidade para o povo
O direito de saúde para todos
Eu tenho fome de justiça
Meu desejo é estar com minha família
E com eles dividir minhas conquistas
E com os amigos ter essa partilha
Se todos tivessem sonhos
O mundo na seria assim
Todos realizariam seus sonhos
E os desejos não teriam fim
Ivaldete dos Santos- turma 02
Minhas críticas
Eu tenho sede de justiça
Para o Brasil
Para que os nossos filhos
Tenham um futuro melhor
Você tem fome de que
Fome de criança
Que passa fome
No mundo inteiro
Quais suas necessidades
Minha necessidade de estar no mercado
De trabalho
Para que eu possa realizar minhas necessidades
Eliane-turma 02
Você tem sede de que?
Tenho sede de que algo aconteça
E mude o rumo da minha história
Coisas que só eu possa ver e acreditar que
Isso realmente esteja acontecendo
Algo legal, para que eu possa
Realmente acreditar
São coisas, que só minha
Consciência sabe
Não posso descrever agora...
Maria Eliza C.M. de Jesus
Eu tenho sede de viver
Os meus sonhos
Conseguir sem ter medo
De nada e no final
Ser feliz
Se eu fosse falar tudo
Que tenho vontade
Não saberia por onde começar
Tenho tantas coisas
Em minha vida
Mas prefiro não
Declarar
Apesar da pouca idade
Muitas coisas já passei
Mas enfrentei tudo
De cabeça erguida
Porque assim eu continuo vencendo
Autora: Janete A. V. da Silva
Eu tenho necessidade
De ir e viver
Gostar e não gostar
De rir ou ficar triste
Eu tenho desejo
De amar e ser amado
De ajudar e ser ajudado
De dar e receber
Eu tenho vontade
De ajudar o próximo
E dar valor pelo pouco que se tem
E nunca esquecer de acreditar na vida
Porque ele tem que ser bem vivida
Joel dos Santos Tomais – turma 3
Eu tenho sede de sabedoria
Eu gostaria de aprender outras línguas
Ter acesso a esse universo maravilhoso
Da escrita.
Mas nem tudo é possível
Os cursos são caros
Mesmo assim eu aprendo
Aprendo da melhor maneira possível
Que é lindo
Através da leitura a gente aprende
A cantar, dançar e sonhar
Com a leitura a gente viaja por caminhos
Onde ninguém jamais viu, ou ouviu
Vive situações que ninguém viveu
Na verdade a gente sonha acordado
Com um mundo melhor para todos
Adriana dos Ap. Martins- turma 3
Tenho sede de vencer!
Não pretendo perder,
Sou forte, sou valente
Porque tenho sangue importante
Não sou perfeito mas sou elegante
Mas com a mulherada
Não tenho sorte...
Rafael-turma 02
Comentário escrito da professora:
Amor...
Ultimamente tenho refletindo sobre o Amor. Necessidade, vontade e desejo que move as almas humanas. Cheguei a esta conclusão por uma série de fatores que coincidentemente cercaram as minhas ações nos últimos dias. Estou acabando de ler o livro "Amor Líquido".Fiz a segunda oficina de Poesia com meus alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) e para minha surpresa a maior revelação escrita na poesia deles foi esta: não existe idade ou fase da vida onde o desejo mais ardente não seja o de ter uma pessoa especial para amar e ser amado por alguém.Ao incentivar os alunos a desenvolverem suas próprias poesias e enfatizar que a poesia é apenas uma expressão da alma, dos desejos inconscientes. Eles se revelaram. Soltaram em forma de palavras suas emoções. Percebi carências, dores, desejos. E que através das poesias criadas por eles, sobretudo que por sermos humanos e dotados da capacidade de amar temos como maior desejo ter por perto aquela pessoa que faz nossos sentidos se alterarem. O ser amado. E como é bom amar alguém. Ser ou não correspondido é outra história. Porém, o sentimento do amor é imprescindível. Nós faz mais sensíveis, admiráveis, amáveis e compreensivos.Todavia, é no vazio que muitas vezes não é preenchido que surgem lindos poemas, peças de teatros, história de cinema ou televisão. O amor inspira a vida, a arte e seus mistérios.O autor de "Amor Líquido" contextualiza que modernamente há várias formas de amar e se relacionar. Que a tecnologia tem promovido encontros e desencontros virtuais e reais. Que a vida moderna tem configurado novos tipos de relacionamento mais intensos e talvez também menos duráveis. O chamado "amor líquido", que "escorre" logo se ambos por algum motivo não se satisfazerem um com o outro pois a vida é urgente, o tempo passa depressa nesta correria ultra-moderna.Me surpreendi com as tipologias de amor elencadas pelo autor que enfatiza que a existência de vários tipos de configurações amorosas como casais que estão juntos mas preferem morar separados. Os que são companheiros para atividades de lazer. Os que compartilham outros momentos mas que não se "assumem" socialmente. Etc.Penso que amar é esperar o outro. Ficar feliz com a presença do ser amado. Contar os dias e as horas para abraçar, beijar, receber carinho. Compartilhar idéias, sentimentos, emoções mas acima de tudo ter cumplicidade. Nestes tempos de materialismo e egoísmo exacerbado esta difícil amar de verdade e ser correspondido. As aspirações individuais e profissionais estão se sobressaindo do que a procura pela correspondência plena do amor daquele que foi "escolhido(a)". Uma lástima! Pois a bem da verdade o mais acertado desejo, vontade, necessidade humana é simplesmente esta: amar e ser amado (a)! Ainda bem que resta a poesia, a música, a arte para enfatizar isso.
Andressa da Costa Farias.
Bibliografia base:
Décio, João. Poesia e Arte Poética em Herberto Helder e outros estudos. Edifurb. Blumenau: 2002.
sábado, 30 de maio de 2009
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Sexta-feira cultural!
Nesta última sexta-feira 08/05 o núcleo EJA marcou presença na Fundação Hassis para prestigiar o documentário "Maciço". Este filme é fruto de um projeto de 5 anos e aborda uma Florianópolis invisível e tão pulsante, aquela composta por 17 comunidades que fazem parte
domaciço do Morro da Cruz, região central e, ao mesmo tempo, periférica da nossa cidade. Contemplado no Edital Cinemateca Catarinense /Fundação Catarinense de Cultura, "Maciço" também agradou bastante nossa turma! Pudemos perceber isso ao longo da exibição e também ao final, em que os produtores participaram de um debate polêmico e enriquecedor. Confira algumas fotos.
domaciço do Morro da Cruz, região central e, ao mesmo tempo, periférica da nossa cidade. Contemplado no Edital Cinemateca Catarinense /Fundação Catarinense de Cultura, "Maciço" também agradou bastante nossa turma! Pudemos perceber isso ao longo da exibição e também ao final, em que os produtores participaram de um debate polêmico e enriquecedor. Confira algumas fotos.
Profa. Patrícia.
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